As origens do fado
Quando se fala de fado, cada cabeça sua sentença. Por muito tempo que se tenha dedicado ao estudo da história do fado, as conclusões são tudo menos coincidentes. Quais são, afinal, as origens do fado?
Há pelo menos um facto que parece ser unânime. O fado deverá ter surgido no século XIX. São várias as teorias. Uma refere que o fado é de origem árabe. Outra aponta a música brasileira, nomeadamente as chamadas modinhas, como a base do fado. Uma terceira teoria refere que a primeira vez que se ouviu fado foi na voz dos marinheiros que cantavam na proa dos barcos. Há ainda quem defenda que o fado surgiu na voz do povo, nas ruas da cidade de Lisboa, como uma forma de expressão de sentimentos.
A evolução do fado Durante a primeira metade do século XIX, o fado esteve associado às classes mais baixas da população de Lisboa. Era cantado nas tabernas e reflectia o estado de espírito e as preocupações desta gente: o desalento, a tristeza, o ciúme e o medo.
Como chega então o fado às restantes classes sociais? Até meados do século eram poucos os espaços de divertimento da noite lisboeta. Atraídos pelo mistério e pelo 'pecado', os membros da aristocracia começaram a frequentar os bairros pobres da cidade tal como Alfama ou a Mouraria . É desta forma que as classes mais elevadas começam a ouvir o fado e a apreciar este género musical. E se até aqui as letras dos fados eram simples e até rudimentares, escritas pelos homens do povo, a partir de então alguns letrados e homens mais cultos iniciam-se na composição dando ao fado maior notoriedade.
O fado durante a censura Em meados do século XX, o fado foi alvo de várias alterações. Por um lado, torna-se num género musical profissional pelo facto de ter começado a fazer parte do chamado Teatro de Revista. Muitos amantes do fado passam a fazer deste tipo de música a sua profissão. Por outro lado, vivia-se na ditadura de Salazar e a censura era implacável. Aos fadistas e instrumentistas era exigida uma licença para cantar e tocar fado, ao mesmo tempo que as letras e os poemas eram sujeitos a uma censura apertada. Mas, inicialmente com o cinema e a rádio e mais tarde com a televisão, o fado já estava totalmente assimilado pelo povo e raro era o português que não admirava este género musical. Ainda mais quando, na década de 50, surge aquela que ficaria para a história como a maior fadista de todos os tempos - Amália Rodrigues.
A nova geração do fado
Camané, Mafalda Arnauth, Mísia e Mariza são apenas alguns dos novos nomes do fado. Nos últimos dez anos, o fado tem-se renovado. Não só se introduziram novos instrumentos, como é o caso do piano ou do contrabaixo, como se inovou na forma de compor. Além disso, vários fadistas começaram a interpretar letras de escritores portugueses contemporâneos até aqui pouco relacionados com o fado.
Mariza é, sem dúvida, o expoente máximo desta nova geração de intérpretes. A sua forma única de exprimir o fado tem levado bem longe a música que melhor simboliza a alma dos nossos pais.
Há pelo menos um facto que parece ser unânime. O fado deverá ter surgido no século XIX. São várias as teorias. Uma refere que o fado é de origem árabe. Outra aponta a música brasileira, nomeadamente as chamadas modinhas, como a base do fado. Uma terceira teoria refere que a primeira vez que se ouviu fado foi na voz dos marinheiros que cantavam na proa dos barcos. Há ainda quem defenda que o fado surgiu na voz do povo, nas ruas da cidade de Lisboa, como uma forma de expressão de sentimentos.
A evolução do fado Durante a primeira metade do século XIX, o fado esteve associado às classes mais baixas da população de Lisboa. Era cantado nas tabernas e reflectia o estado de espírito e as preocupações desta gente: o desalento, a tristeza, o ciúme e o medo.
Como chega então o fado às restantes classes sociais? Até meados do século eram poucos os espaços de divertimento da noite lisboeta. Atraídos pelo mistério e pelo 'pecado', os membros da aristocracia começaram a frequentar os bairros pobres da cidade tal como Alfama ou a Mouraria . É desta forma que as classes mais elevadas começam a ouvir o fado e a apreciar este género musical. E se até aqui as letras dos fados eram simples e até rudimentares, escritas pelos homens do povo, a partir de então alguns letrados e homens mais cultos iniciam-se na composição dando ao fado maior notoriedade.
O fado durante a censura Em meados do século XX, o fado foi alvo de várias alterações. Por um lado, torna-se num género musical profissional pelo facto de ter começado a fazer parte do chamado Teatro de Revista. Muitos amantes do fado passam a fazer deste tipo de música a sua profissão. Por outro lado, vivia-se na ditadura de Salazar e a censura era implacável. Aos fadistas e instrumentistas era exigida uma licença para cantar e tocar fado, ao mesmo tempo que as letras e os poemas eram sujeitos a uma censura apertada. Mas, inicialmente com o cinema e a rádio e mais tarde com a televisão, o fado já estava totalmente assimilado pelo povo e raro era o português que não admirava este género musical. Ainda mais quando, na década de 50, surge aquela que ficaria para a história como a maior fadista de todos os tempos - Amália Rodrigues.
A nova geração do fado
Camané, Mafalda Arnauth, Mísia e Mariza são apenas alguns dos novos nomes do fado. Nos últimos dez anos, o fado tem-se renovado. Não só se introduziram novos instrumentos, como é o caso do piano ou do contrabaixo, como se inovou na forma de compor. Além disso, vários fadistas começaram a interpretar letras de escritores portugueses contemporâneos até aqui pouco relacionados com o fado.
Mariza é, sem dúvida, o expoente máximo desta nova geração de intérpretes. A sua forma única de exprimir o fado tem levado bem longe a música que melhor simboliza a alma dos nossos pais.
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